Antes mesmo de nascer, todos nós já aprendemos a sugar. Com a sucção, a criança entra em contato com o mundo externo, satisfazendo, além da nutrição, suas necessidades afetivas. A chupeta, em inglês pacifier, ou seja, pacificador, tem sido usada justamente com este propósito pelos pais. Ser um calmante para a criança e para todos na família. Existem diversos fatores para eu não indicar o uso delas.
O uso da chupeta favorece a respiração pela boca. O ato de respirar pela boca, impede que as vias aéreas nasais sejam moldadas pela entrada do ar durante o desenvolvimento da criança. O ar que passa pelo nariz é filtrado e aquecido para que chegue aos pulmões limpo e em uma temperatura ideal. O ar que entra direto pela boca é cheio de impurezas e microrganismos que podem ocasionar doenças respiratórias.
A língua tem que tocar o céu da boca em toda sua extensão para que molde corretamente o formato das arcadas e para que a criança engula corretamente os alimentos. A chupeta impede a correta posição da língua. Por isso, ela pode ocasionar um mal desenvolvimento do céu da boca, o que leva a um posicionamento dentário incorreto com apinhamentos, mordidas abertas e/ou cruzadas, assimetrias faciais, dentre outros.
Existe uma prevalência bem maior de cáries em crianças que usam chupeta pelo fato de respirarem pela boca diminuindo a ação da saliva de neutralizar os ácidos que ocasionam a desmineralização dos dentes.
A sucção da chupeta deixa os músculos das bochechas, lábios e língua flácidos, sem força. Isso poderá trazer prejuízos na mastigação e deglutição e interferir no desenvolvimento da fala, além de prejudicar a audição na medida em que pode levar a otites de repetição com consequente hipoacusia.
O aleitamento materno exclusivo supre toda a necessidade que a criança tem de sugar além de nutrir. O bico do seio possuí um formato e consistência ideais para a boca da criança. O leite do peito é o melhor alimento para o seu bebê. Possui anticorpos e nutrientes necessários. A criança que inicia o uso da chupeta, pode recusar sugar o peito. Se o bebê recusa o peito, sua defesa estará em baixa, acarretando em doenças respiratórias e alergênicas e o bebê poderá não receber tudo que precisa para seu desenvolvimento e crescimento.
Sugar o peito demanda de esforço físico do bebê o que fortalece os pulmões e queima calorias. A criança de suga o peito dorme mais e melhor pois se cansa. Sugar uma chupeta requer pouquíssimo esforço.
Eu acredito que a chupeta seja uma fonte constante de contaminação para o bebê. O fato de a chupeta ficar em contato com o ar já é suficiente para contaminação bacteriana e virótica e soma-se a isto o fato de ficar um longo tempo em um ambiente úmido e escuro que é a boca; um fator preponderante para proliferação de fungos. Ela é feita de látex e plástico e não é um material estéril. O ato de ferver, além de não esterilizar, degrada o material e favorece o acúmulo de mais fungos e bactérias.
Ela não resolve as angústias do bebê e sim dos pais, por isso, causa o impedimento de um maior vínculo afetivo e prejudica a interação e o reconhecimento da família diante das necessidades do bebê.
Respiradores bucais têm mais dificuldades de concentração e nas atividades físicas.
O bebê precisa apenas de muito carinho, atenção e cuidado dos pais. A necessidade de sugar é completamente suprida pela amamentação. A criança não sabe o que é uma chupeta até que ofereçamos uma. Se oferecermos algo mais fácil do que o seio para o bebê sugar, certamente este será o objeto de preferência. Não devemos esperar o problema aparecer para depois buscar uma solução. Tratar o paciente posteriormente com ortodontistas, dentistas, pediatras, fonos, otorrinos, psicólogos, gastros, pedagogos, certamente não é o melhor caminho. A prevenção é sempre melhor do que a correção.
P.S.: Chupetas “ortodônticas” e convencionais causam os mesmos problemas.
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