O uso de piercings tornou-se cada vez mais popular entre os jovens com o surgimento de novas culturas urbanas, e seu uso é praticado por povos indígenas há séculos. No entanto, sua aplicação pode causar danos irreversíveis à saúde dental e gengival, sendo desaconselhado por muitos especialistas.
"Piercings em tecidos moles, como língua e lábios, não são recomendados por dentistas. A língua, sendo um músculo com superfície rugosa devido às papilas gustativas, propicia o acúmulo de bactérias. Estes microrganismos podem entrar no corpo através da perfuração do piercing, levando a infecções sistêmicas que podem causar graves danos à saúde do indivíduo", enfatiza a Dra. Maristela Lobo, especialista em odontologia estética.
Pacientes com piercings labiais podem desenvolver problemas na área de contato da joia com o dente ou gengiva. "Sendo uma peça sólida, geralmente de aço cirúrgico, o piercing causa fricção contra a gengiva e o dente, resultando em retração gengival, exposição da raiz dentária ou até desgaste do tecido dental", adverte a Dra. Lobo.
O risco de doenças bucais aumenta quando o uso de piercings é combinado com o tabagismo entre os jovens. "Frequentemente, quem usa essas peças não tem o hábito de visitar o dentista ou escovar os dentes regularmente. Normalmente, os pacientes abandonam o uso de piercings apenas após perceberem os danos causados", afirma Lobo.
A Dra. Lobo também alerta sobre os alargadores labiais, que complicam a higiene bucal. "Nestes casos, é necessário um cuidado extra com a limpeza", explica. Tais acessórios, feitos de acrílico, aço cirúrgico ou madeira, criam um atrito significativo com os dentes e gengivas, podendo dificultar a alimentação. A especialista ressalta que o uso de qualquer acessório intraoral pode ter consequências sérias.
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