Os aparelhos autoligados não são novidade dentro da Ortodontia. Já existem desde a década de 30. Porém a falta de estudo e conhecimento, além do preconceito, limitaram muito seu uso durante as ultimas décadas. Hoje, já são conhecidos todas as suas vantagens e seu emprego na mecânica é muito mais eficaz com relação ao tempo de tratamento e o prejuízo biológico para os dentes e tecidos é muito menor do que uma mecânica com aparelho convencional com borrachinhas. Eles são apresentados comercialmente em metal ou estéticos como os da foto acima.
Os aparelhos fixos utilizam a força mecânica para promover a movimentação dentária. Isto é, são utilizados fios metálicos (arcos) para exercer pressão sobre os dentes e deste modo movimenta-los. Todos os tecidos relacionados com os dentes do paciente participam e estão relacionados biologicamente com a movimentação provocada pelo aparelho.
Os aparelhos dentários do tipo autoligados são aparelhos dentários fixos em que os braquetes funcionam sem elásticos. O arco utilizado no aparelho é preso aos braquetes através de uma tampa ou clipe pré-existente em cada um destes , não sendo assim necessário utilizar elásticos.
Os elásticos prejudicam o andamento do tratamento pois causam muito atrito contra o fio ortodôntico, fazendo com que o movimento deste e consequentemente o tratamento seja mais lento, doloroso e mais prejudicial para os tecidos que sustentam o dente. O aparelho autoligavel minimiza os efeitos prejudiciais destes tecidos pois usa uma força bioadaptativa, ou seja que imita a força fisiológica de erupção dos dentes. Esta força é muito leve e portanto o tratamento é praticamente indolor.
Em vários estudos comparativos, para que ocorra uma movimentação de um dente usando braquetes convencionais com borrachinhas, a força necessária para manter um arco inicial fino completamente adaptado ao braquete é de mais de 100g de força. Nos braquetes autoligados essa força é de apenas 1,02g de força. Ou seja, para iniciar o movimento dentário, a mecânica precisa primeiro vencer esta força gerada pelo atrito e só depois disso que o dente iniciará seu movimento. Por isso, nos braquetes autoligados o movimento inicia muito mais rápido e com forças muito leves similares aos movimentos fisiológicos.
Outos estudos compararam a força necessária para que ocorra uma inclinação dos dentes da frente. Neste caso, o labio e bochecha exercem uma pressão de aproximadamente 400g sobre os dentes que impedem que eles inclinem excessivamente. No aparelho convencional a força gerada para vencer o atrito e movimentar os dentes é normalmente maior do que isto, por isso, temos muita dificuldade para diminuir este problema. Em muitos casos, temos que lançar mão de extrações de dentes para ganhar espaço e impedir que os dentes inclinem demais. Nos aparelhos autoligados, por usarmos forças muito leves, a força é normalmente menor e por isso, não temos estes efeitos, muitas vezes, indesejados. Como não ocorre este problema, diminuímos bastante os casos de extrações dentárias.
Este aparelho, por usar forças leves e contínuas e com baixo atrito, também, promovem, com base em estudos, expansões da arcada com ganha de perímetro e espaço sem o uso de aparelhos expansores como aqueles colocados no céu da boca.
Por estes e outros fatores, se diz que este aparelho é bioadaptativo, ou seja, se adapta para cada caso conforme o tamanho da boca e dos dentes do paciente. Todo movimento é limitado pela musculatura e tecidos da boca.
Os elásticos dos aparelhos convencionais são, também, prejudiciais pois por serem muito porosos. São responsáveis pelo acúmulo de bactérias, aumentando assim o risco de cáries, acumulação de tártaro e mau hálito.
Nos autoligados, o arco usado neste tipo de aparelho tem memória. Isto é, quando fica à temperatura da boca toma o formato que o ortodontista pré-determinou no sentido de alinhar os seus dentes, o que permite um movimento mais controlado, fisiológico e rápido.
O sistema autoligado não é somente um outro tipo de braquete. Ele representa um novo conceito de mecânica ortodôntica. Uma nova filosofia de tratamento muito mais individualizado, rápido e principalmente, com muito menos prejuízo biológico para o paciente. Abaixo, uma matéria bem explicativa tratando a respeito deste assunto:
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