Nosso corpo é uma máquina perfeita e trabalha de modo totalmente interligado. Por isso mesmo, os sinais que ele nos transmite nem sempre são fáceis de identificar, uma vez que podem estar associados a diversas questões. Exemplo disso é que, não raro, estamos no meio da escovação dental diária quando, de repente – surpresa! –, verificamos que há sangue na espuma que descartamos.
O sangramento gengival é um problema com o qual algumas pessoas convivem por anos sem se incomodar ou sem considerar que isto possa ser o indício de algo mais sério, embora, na verdade, ele seja um grande sinal de alerta de que alguma coisa não está funcionando perfeitamente bem.
Na maioria dos casos, quando esses ferimentos espontâneos surgem com o mais leve contato, isto costuma acontecer em decorrência de hábitos de higiene incorretos. Isto porque, com a limpeza inadequada da boca, a placa bacteriana se acumula e se calcifica, causando o tártaro, uma crosta tão dura que apenas um cirurgião-dentista consegue removê-la.
E, nos casos em que essa remoção não é realizada, as bactérias que se aderem nessa substância começam a liberar toxinas que inflamam a gengiva, causando, assim, sangramento e inchaço, haja vista que a região se torna altamente vascularizada – uma forma de combater os “intrusos”.
Como os sintomas são pequenos e considerados sem importância, é comum que os pacientes levem décadas até procurar uma orientação profissional. Todavia, existem casos nos quais essa intervenção pode vir “tarde demais”.
Enquanto os elementos bacterianos se encontram apenas na gengiva, o tratamento é relativamente simples, sem que exista um comprometimento da saúde dental, ao passo que, na periodontite – “estágio avançado” da gengivite –, o problema já chegou ao osso e aos ligamentos, com a alteração das estruturas que sustentam os dentes (estas ficam moles).
Conquanto muitas vezes o sangramento gengival possa significar uma deficiência em outras áreas do organismo, a carência de vitamina K, leucemia, alterações hormonais, diabetes, queda de resistência e desordem hemorrágica também podem ser outros possíveis diagnósticos.
Pacientes que usam aparelho ortodôntico estão mais sujeitos a terem sangramentos gengivais, pois os acessórios colados e cimentados nos dentes propiciam maior acúmulo de placa bacteriana e dificuldade de higienização.
Sem sombra de dúvida, o que se sabe é que o fato de a gengiva sangrar se trata de uma maneira de o corpo denunciar que algo não está bem.
Mais do que um simples incômodo, esses pequenos ferimentos são uma porta aberta para microrganismos perigosos, que podem atingir a corrente sanguínea e agravar doenças cardíacas e/ou respiratórias crônicas, inclusive levando o paciente a óbito por infecção.
Estimativas ainda apontam que cerca de 18% dos partos prematuros (bebês nascidos antes da 36ª semana ou pesando menos de 2.500 g) poderiam ser evitados se as mães tivessem tratado a doença periodontal corretamente. Um alto número de bactérias tem sido encontrado no líquido amniótico dessas gestações, e acredita-se que boa parte dele corresponda a germes bucais. No mais, o risco de morte fetal/neonatal e de sequelas neurológicas ou motoras é muito grande nesses casos.
A gengivite é potencialmente perigosa em pacientes como comprometimentos cardíaco, hepático, renal, pulmonar ou transplantados devido ao alto grau infeccioso desta doença.
Por isso, é importante sempre realizar uma boa higiene com escova e fio dental sempre após qualquer refeição. Além de consultas periódicas para fazer a limpeza e remoção de tártaro. Pacientes ortodônticos não devem faltar as consultas de manutenção também para haver um controle efetivo do acúmulo de placa bacteriana e se possível, sempre optar por acessórios que acumulem menos sujeira como os braquetes autoligados. Assim, o sangramento gengival é um assunto a ser observado de perto – literalmente! Problemas na gengiva podem significar desde o comprometimento dos dentes até doenças muito mais sérias, que podem ser até mesmo fatais.
Fonte: http://www.luposeli.com.br/
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